A Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (SECULT) e o Complexo Penitenciário Público-Privado (CPPP) de Ribeirão das Neves disponibilizaram o serviço de Caixa-Estante aos indivíduos privados de liberdade por meio de uma parceria com a Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais.
O serviço de Caixa-Estante, realizado há anos pela SECULT e pela Biblioteca Pública de Minas Gerais, encaminha acervos cuidadosamente selecionados a instituições diversas, como hospitais, creches, asilos, centros de detenção, APAE, entre outras. O projeto tem por objetivo garantir o acesso ao livro, à leitura e à literatura às pessoas que não podem se deslocar até uma biblioteca.
O CPPP comemora a oportunidade como incentivo e qualidade aos projetos de leitura já promovidos nas suas escolas. A leitura, além de possibilitar novas perspectivas de vida, permite ao indivíduo privado de liberdade, ser inserido nos projetos de leitura e redimir dias de sua pena.
Estiveram presentes no lançamento os organizadores do projeto Lucas Amorim, Diretor do Livro Leitura, Literatura e Bibliotecas, e Gildete Veloso, do Núcleo de Extensão e Ação Regionalizada; a Coordenadora do projeto Cláudia Ferrari; Thaiane Soares, estagiária da Biblioteca; e os artistas e Diretores do Instituto Cultural AbraPalavra, Aline Cântia e Chicó do Céu.
“A gente está super interessado em contribuir com o projeto de remição de pena já realizado aqui na PPP. Então, com o serviço de Caixa-Estante, temos essa capilaridade para levar acervos bibliográficos onde às vezes não chega”, disse Lucas Amorim sobre o serviço que também é implementado em instituições como hospitais, creches, asilos e APAEs.
Sobre todos os trabalhos de acessibilidade e inclusão desenvolvidos, Gildete Veloso completa que a Biblioteca Estadual pauta muito pelas ações de incentivo à leitura, voltado a um público escolar que normalmente não chega à biblioteca.
Para o lançamento do projeto, o Instituto Cultural AbraPalavra trouxe aos presos da PPP o espetáculo “Ode à Esperança”, apresentado pela narradora de histórias Aline Cântia e pelo músico Chicó do Céu, que reuniu contos e canções que tratam sobre esperança e transformação.
Para Aline, o trabalho do Instituto é voltado para tratar a cultura como direito, como reza a Constituição e, por isso, pretende desenvolver um projeto direcionado para presídios e penitenciárias. “A gente acredita muito na literatura como lugar de abrir caminhos nesse lugar de trabalhar a cidadania. Quando a pessoa começa a ler, ela se apropria disso e se empodera, se emancipa como cidadão”.
Chicó entende esse trabalho como fundamental. A experiência de incentivo à cultura em presídios, por ser um caminho de fácil conexão entre o detento e a obra, a palavra é uma oportunidade de humanização. “A arte coloca a gente nesses lugares para poder levar um outro ponto de vista e, através dela, poder acessar e desenvolver algo nessas pessoas”, diz Chicó.
A PPP agradece todos os profissionais envolvidos no lançamento do serviço Caixa-Estante e parabeniza a SECULT, a Biblioteca do Estado e o Instituto Cultural AbraPalavra pelo trabalho desenvolvido. Acreditamos que a leitura e a literatura são meios de transformação social. O incentivo e a oferta das ferramentas necessárias ao desenvolvimento do hábito de leitura possibilitam uma mudança de paradigmas para os presos, que podem recuperar sua autonomia e crescimento pessoal.
Conheça um pouco mais sobre o trabalho do AbraPalavra e da Biblioteca Estadual.
AbraPalavra
O AbraPalavra atua, principalmente, em regiões descentralizadas das cidades, levando projetos acessíveis e democráticos a partir de quatro frentes: formação, criação, pesquisa e produção cultural. Os principais projetos do Instituto são a Candeia, que é uma mostra internacional voltada para as artes da palavra oral; Sons da Cidade, uma mostra internacional de músicas feitas com violão e suas variações; Era Uma Voz, um encontro para a reflexão sobre a arte da narrativa; Ponto de Cultura, projeto de construção de redes de saberes e fazeres de Minas e no âmbito internacional como Portugal, Cabo Verde e países da América Latina.
Biblioteca Estadual
O Caixa-Estante é mais um dos grandes e necessários trabalhos de promoção e acesso à leitura. A Biblioteca Estadual pensa e desenvolve ações de acessibilidade e inclusão desde de sua fundação, uma das mais antigas que existe desde 1965; o setor Braille, que conta com centenas de livros e audiolivros, o maior acervo do estado para pessoas com deficiência visual. Além de projetos, também é direcionado a essas pessoas, Curso de Braille, Tempo para Ler, lupas para ampliação de textos e serviços prestados por voluntários.
Outras ações são o Carro-Biblioteca, que leva a biblioteca até pessoas distantes da Praça da Liberdade; apresentações teatrais; suporte para lançamentos de livros; acervos históricos; acesso a obras raras e muito mais.